Feridas Complexas

Feridas Complexas: Um Grande Problema de Saúde Pública.

Ferida complexa é uma nova definição para identificar aquelas feridas crônicas ou mesmo algumas feridas agudas que apesar de serem bem conhecidas desafiam equipes médicas e de enfermagem. A cicatrização dessas feridas é difícil de ser resolvida usando tratamento convencional e curativo simples. Por isso devem ser tratadas em centro hospitalar especializado e por equipe multidisciplinar.

Essas feridas representam um grande problema de saúde pública devido ao impacto socioeconômico que contribui para onerar os cofres públicos com tratamento ambulatorial prolongado, pagamento de benefícios por longo período de tempo e muitas vezes aposentadoria precoce. Além disso, gera um enorme impacto na qualidade de vida da pessoa acometida.

Os grupos de feridas complexas mais conhecidos são: úlceras neuropáticas (em pé diabético e Hanseníase), úlceras por pressão, úlceras venosa e arterial.

CLASSIFICAÇÃO

Úlceras Neuropáticas: úlcera em pé diabético e úlcera plantar de hanseníase

A neuropatia periférica ocasiona danos nas fibras autonômicas responsáveis pela manutenção das glândulas sebáceas e sudoríparas, acarretando diminuição da produção de secreção, deixando assim a pele mais ressecada e inelástica propensa ao aparecimento de fissuras que se não foram tratadas, comprometem as estruturas das mãos e dos pés, favorecendo o aparecimento de lesões das fibras autonômicas, sensitivas e motoras. A consequência dessas alterações são lesões primárias, como mão em garra, pé caído e anquilose (articulação endurecidas); e secundárias como paralisias musculares, fissuras, ulceras plantares, lesões traumáticas, osteomielite, com posterior necrose, gangrena e perda de segmento ósseo.

O mal perfurante plantar é uma ulceração crônica em áreas anestésicas por trauma ou pressão. Esta ulceração é bem comum em portadores de hanseníase e diabetes mellitus.

As úlceras plantares em pacientes com hanseníase e diabetes não ocorrem, exatamente, por causa da doença, mas sim devido aos efeitos neuropáticos sobre os pés. Isto aumenta o risco de trauma para os pés dos pacientes, levando ao desenvolvimento de úlceras crônicas de difícil cicatrização (complexas), principalmente se não aliviar a pressão, causada pela pisada, sobre a úlcera.

Em pacientes diabéticos a doença arterial periférica, distúrbios no processo de cicatrização e na defesa imunológica são outros fatores contribuintes para o aprecimento de lesões nos membros inferiores, que se não tratadas precocemente pode ocasionar perda dos membros (amputação).

Segundo a National Pressure Ulcer Advisory Panel, é uma lesão localizada na pele e tecidos subjacentes que tende a desenvolver-se quando os tecidos moles são comprimidos entre uma proeminência óssea (Ex: trocânter, sacro, ísquio ou calcanhar) e uma superfície dura por um período prolongado de tempo, tendo a pressão, cisalhamento, fricção e/ou uma combinação desses, como as principais causas.

 

Úlcera Venosa:

Úlcera venosa (UV), também conhecida por úlcera varicosa, ou de estase é uma lesão crônica de perna, de alta incidência clínica causadas por uma incompetência do sitema valvular, associada ou não à obstrução do fluxo venoso, que afeta o sistema venoso superficial, profundo ou ambos, causa danos às válvulas das veias das pernas e leva à hipertensão venosa. Elas são caracterizadas por um padrão cíclicode cura e recidiva com 57% de taxa de recorrência relatada dentro 10,4 meses após a cicatrização.

O início da UV pode ser traumático, secundária a infecção, ou devido ao aumento do edema. A dermatite local pode ocorrer da doença venosa, irritação de contato, ou reações alérgicas e pode manifestar clinicamente como prurido, vermelhidão e bolhas conhecida nessa fase como erisipela.

Úlcera arterial:

Úlcera arterial ocorre devido à inadequada perfusão da pele e tecidos subcutâneos causando  isquemia tecidual. Em geral os sinais e sintomas são extremidade fria e cianótica; retardo no retorno da cor após a elevação do membro afetado; pele atrófica, perda de pêlo; diminuição ou ausência das pulsações das artérias dos pés; claudicação intermitente e dor aumentada com elevação das pernas.

Outras características clínicas são tecidos desvitalizados, com presença de esfacelos e escaras, pouco exsudato e bordas irregulares. São localizadas quase que exclusivamente na região distal (pododáctilos), tornozemos, calcâneos e maleolos.

 

Conclusão

Em caso de tecido de granulação o importante é utilizar coberturas que mantenha o equilíbrio da umidade da ferida. Por exemplo os Produtos Biotecnológicos da Bionext. Lembre-se que somente um profissional preparado e capaz de acompanhar os resultados deve prescrever esse tratamento, pois o tratamento deve ser modificado de acordo com a mudança de aparência\características da ferida.