Tratamento de Pacientes com Feridas.
Lesões são consequência de uma danificação na pele. A cura de feridas vem evoluindo desde 3000 a.C., época em que as feridas com sangramento eram curadas com cauterização. A aplicação de torniquete e a sutura foram também alternativas para a cura, quando os ferimentos ficaram mais graves.
Ambroise Paré, um cirurgião francês, em 1585 estimulou a utilidade do desbridamento, curativos e proximidade das bordas da pele para tratamento de feridas. O tratamento com antisséptico foi estabelecido por Lister. Com o passar dos anos, no século XX, houve o crescimento de tratamentos com a chegada da penicilina e da sulfa.
A nossa pele é uma lâmina limitante essencial à vida, é considerada o maior órgão do ser humano e está sujeita a sofrer agressões que podem prejudicar o funcionamento de nosso corpo (ou seja, as feridas).
A pele desempenha funções básicas como a proteção contra a ação dos agentes externos, regula a temperatura corporal, funções sensorial, excretora e metabólica.
Como as feridas ocorrem
As feridas ocorrem quando se sofrem rupturas fisiológicas ou estruturais, dando início a diversos tipos de reações orgânicas que possam contribuir para a eliminação de células danificadas e de outros elementos estranhos, com o objetivo de preservar os tecidos visíveis e promover a restauração da área.
A dor tem como objetivo principal defender o organismo e surge quando existe uma danificação no tecido.
Como classificar feridas
O senso comum reconhece que uma ferida é qualquer lesão que ocorra na nossa pele, mas saiba que o seu significado é amplo e envolve muitas características como:
- levar em consideração o grau da contaminação, para assim saber qual será o tratamento e a origem;
- o agente causal;
- forma;
- tamanho;
- profundidade;
- localização;
- quantidade de exsudato;
- ambiente do tratamento;
- aparência.
Essa classificação é necessária para o processo de avaliação e registro, que virão a classificar a origem e a característica do agente (o responsável pela ferida), bem como avaliar o grau de contaminação. Isso ajuda no fator da escolha do tratamento e do medicamento.
As feridas podem ser conhecidas por várias características, estando em conformidade com: o nível de contágio, tipo do agente causal, o tempo de trauma e a gravidade das lesões.
Causas e tipos de feridas
As causas e tipos dessas feridas mais frequentes são:
- cortantes (quando são causados por objetos cortantes como lâminas, bisturi, faca etc.);
- corto-contusa (quando o agente não tem corte tão destacado, a força do trauma é causada pela introdução de instrumento, como facas sem corte, superfícies pontiagudas);
- perfurante (causada por agentes pontiagudos e longos como um alfinete, pode perfurar, quando atravessa um órgão);
- pérfuro-contusas (causada por armas de fogo);
- lácero-contusas (quando a pele é amassada ao encontro do plano implícito ou por rompimento ou extração tecidual, como uma mordida de um cão);
- perfuro-incisas (causada por instrumentos que possuem ponta e gume, como um punhal);
- escoriações (surge tangencialmente à área machucada com arrancamento da pele);
- traumatismo e hematomas (no traumatismo ocorre a quebra dos capilares, sem perda da continuidade da epiderme, no hematoma o sangue fica extravasado e forma cavidade).
Nível de infecção e tratamento de feridas
Quanto ao nível de infecção, é orientado o tratamento com antibióticos e também há o risco de aumento de infecção. Vejamos alguns dos diferentes níveis a seguir:
- As feridas limpas são formadas em ambiente estéril;
- as limpas-contaminadas são conhecidas como feridas extremamente contaminadas e há uma contaminação grosseira, como em casos nos quais ocorreu uma abertura causada com faca de cozinha ou em situações cirúrgicas;
- as feridas contaminadas são as em que há uma reação inflamatória, as que tiveram contato com a terra, fezes etc. Também são consideradas feridas contaminadas quando se passam seis horas após o aparecimento da ferida;
- as feridas infectadas são as que demonstram sinais claros de infecção.
Os cuidados físicos em pacientes com feridas
O tratamento em pacientes com feridas envolve cada momento e a respectiva evolução para a cicatrização. Isso dependerá do medicamento escolhido que tem como objetivo de tratar e prevenir as infecções.
Todo tipo de tratamento vem evoluindo com as técnicas e medicamentos adequados para que se possam obter os melhores resultados. Sua eficácia depende também da educação e orientação do paciente. Isso faz com que o próprio se torne um participante no processo de cicatrização.
É muito importante que o atendimento seja de qualidade, para que saibam exatamente o que fazer. Deve-se ressaltar que não está inserido nesse atendimento apenas o enfermeiro, mas uma equipe multiprofissional que tem o objetivo de cuidar de feridas.
O processo de cicatrização
A cicatrização é um processo fisiológico no qual o objetivo é reparar os tecidos agredidos. Trata-se de um processo complexo que exige do profissional de saúde conhecimentos básicos sobre fisiologia da pele, fatores que interferem nas avaliações sistematizadas e na cicatrização. Além disso, deverá oferecer prescrições distintas e precisas sobre tipo de curativos e frequência de aplicação a fim de ocorrer a correta reconstituição de tecido.
Dependendo do ferimento, pode ocorrer a necessidade de pontos. É importante lembrar que o paciente que recebe pontos deve esperar um período para retirá-los, entre 6 a 7 dias do pós-operatório.
Em incisões que seguem as linhas de força da pele e caso os pontos sejam dados sem tensão, podem ser retirados precocemente em torno do 4º dia pós-operatório. Em suturas intradérmicas contínuas com fios não absorvíveis, devem permanecer por até 12 dias. E condições adversas como infecção, neoplasias, desnutrição, diabetes, déficit de vitaminas etc., os pontos são removidos entre 10 a 12 dias de pós-operatório.
Deve ser orientado aos pacientes com feridas trocar os curativos regularmente, manter a área limpa e longe de bactérias. Tudo isso sem se esquecer de observar a correta administração de medicamentos para uma boa cicatrização.
Os cuidados psicológicos em pacientes com feridas
A análise e controle da dor é uma forma de auxiliar para uma assistência voltada à integração física, social e emocional do paciente.
Inclusive, a relação emocional do paciente com o enfermeiro decorrente do convívio para o tratamento de feridas é atribuída à duração do tratamento, o qual contribui ao estabelecimento de vínculos afetivos.
Há uma grande importância no preparo psicológico da enfermagem, entendendo que a compreensão acerca dos aspectos emocionais envolvidos na atuação cotidiana simplifica, humaniza e também aprimora o cuidado.
Deve-se orientar os pacientes com lesões causadas por acidentes ou por armas de fogo que causaram certo trauma psicofísico, o acompanhamento com profissionais especializados em clínica médica e especialistas; bem como psicólogos e psiquiatras. E jamais podemos esquecer de outra peça-chave: o apoio da família.
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